domingo, 31 de maio de 2009

Questões crise imobiliária


1) Segundo o texto, os Estados Unidos sofreram em 2007 uma crise financeira decorrente da chamada “bolha imobiliária”.

  1. Identifique no texto o motivo inicial que propiciou a geração desta “bolha imobiliária”.

  2. Explique o uso da palavra “bolha” para nomear o problema.


2) No Brasil, apesar de aparentemente inexistirem “bolhas” como as norte-americanas, é possível identificar situações semelhantes àquelas que geraram a crise no setor imobiliário dos EUA.

  1. Que setores no Brasil oferecem financiamentos a longo prazo a pessoas de baixa renda ou que tenham crédito parcialmente comprometido?

  2. Pode-se dizer que o Brasil estaria também sujeito a crises como aquela que afetou o setor imobiliário estadunidense?


3) O texto esclarece de que forma uma crise pode desencadear outras crises dentro de um mesmo setor e em setores “vizinhos”. Releia o texto e observe:

a) Quais foram os setores que se prejudicaram com a crise?

b) De que forma a falta de pagamento de prestações da casa própria (hipoteca, para os norte-americanos) pode afetar:

- bancos

- proprietários de imóveis

- construção civil

- o “mercado” internacional de ações


  1. Após assistir ao vídeo “A doutrina do choque”, de Naomi Klein, e ler as declarações do presidente da Fiesp, responda:

a) Qual o princípio básico da “doutrina do choque” em épocas de crise?


b) As declarações do presidente da Fiesp, feitas em um contexto de crise econômica internacional, refletem de alguma forma os princípios da “doutrina do choque”. Identifique na fala de Skaff pelo menos um elemento que comprove essa afirmação.

Fiesp defende redução de jornada e salários, sem garantia de estabilidade

Após reunião com empresários nesta quarta-feira, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, voltou a defender a redução da jornada de trabalho e de salários para evitar demissões no país. Ele advertiu, no entanto, que um possível acordo não vai garantir estabilidade do emprego.
"Enquanto a redução de jornada com redução de salário estiver em curso, a nossa preocupação é manter o nível de emprego. Mas não estamos falando de estabilidade de emprego, que não está na lei do país nem na competitividade das empresas", disse.
Segundo Skaf, os cerca de 30 empresários presentes na reunião do Conselho Superior Estratégico da Fiesp, hoje, foram unânimes em apoiar a medida.
"Foi feito um apelo que tudo seja feito, todas as alternativas sejam esgotadas antes de mexer no emprego. As empresas disseram que se tiver redução de jornada com redução de salário, vamos manter o nível de emprego. Se não, vamos demitir. Estamos em um momento atípico e temos de nos adaptar diante de um momento atípico", disse Skaf.
Empresários ligados à Fiesp e trabalhadores representados pela Força Sindical se reuniram ontem na sede da federação paulista para tratar a questão. Segundo Skaf, os dois lados devem orientar seus sindicatos, nos próximos dias, a buscar um entendimento sobre a redução da jornada e dos salários.
"O sinal foi dado, para se antecipar e quebrar um paradigma. Esperamos que até quinta-feira se chegue a um acordo. (...) A negociação está sendo feita em São Paulo, mas há empresas com negócios em outros Estados. A Força Sindical é nacional. Deve haver repercussão em outros Estados também", disse Skaf.
CUT
Quanto à recusa da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de participar da negociação, Skaf disse que ainda há "um canal de entendimento" com a entidade e que o acordo vai ser fechado com ou sem sua aprovação. "Vamos fazer isso com a CUT ou sem CUT", disse Skaf.
Segundo ele, quem se posiciona contra a medida "está a favor do desemprego" e advertiu que não é "momento de fazer média".
Apesar de destacar a gravidade da crise econômica, Skaf disse que a situação não é generalizada e que um possível acordo de corte de jornada e redução de salário não deverá atingir todos os setores. Ele afirmou que tampouco o limite de redução --de 25%-- imposto na legislação deverá ser usado integralmente, embora considere haver brechas para que seja ultrapassado.


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Turbulência na economia e ameaça de recessão Crise no setor imobiliário provoca prejuízos gigantescos, atinge outros países e ganha dimensão global

A economia norte-americana é, de longe, a mais poderosa do mundo. Seu Produto Interno Bruto (PIB), de 13,2 trilhões de dólares, representa 27% do PIB de todo o planeta, pelos números de 2006. Mas essa potência pode também causar intranqüilidade nos demais países, por causa do alto grau de endividamento que carrega.
Em 2007, uma forte crise atingiu a economia ianque, com o estouro da bolha imobiliária, relativa a hipotecas de alto risco, chamadas de subprime. Trata-se do seguinte: a partir de 2002, quando as taxas de juro estavam muito baixas (por volta de 1% ao ano), passaram a ser concedidos muitos empréstimos para compra de casas a pessoas que não tinham boa avaliação de crédito. Os compradores podiam pagar suas prestações durante certo tempo graças à pequena taxa de juro.
Bancos e empresas de crédito imobiliário começaram a lucrar muito, ao negociar títulos no mercado financeiro que tinham como garantia os empréstimos subprime. Os valores dos imóveis subiram, e as aplicações tornaram-se um ótimo negócio para os investidores. Essas operações ajudaram a impulsionar a economia norte-americana nos últimos seis anos.
A base, porém, era muito frágil. Bastou o rumo da economia mudar e as taxas básicas de juro ficarem mais altas para que os problemas surgissem. Para evitar a aceleração da inflação, o Federal Reserve (Fed) vinha elevando os juros desde 2004. Em agosto de 2007, a taxa básica de juros nos EUA já havia atingido o nível de 5,25% ao ano.
Como as hipotecas, em geral, acompanharam a subida dos juros, as prestações dos imóveis aumentaram de valor. Muitos compradores, então, deixaram de pagar suas parcelas. Quando as hipotecas começaram a ser executadas e os imóveis colocados à venda, aumentou a oferta, e o valor dos imóveis caiu. Os títulos com base nos empréstimos perderam valor rapidamente.
Houve uma reação em cadeia: muitos dos compradores ficaram sem o imóvel; os bancos e as financeiras, que deixaram de receber os pagamentos, ficaram incapacitados de conceder outros empréstimos; a construção de casas sofreu uma queda brutal. Toda a economia estadunidense sentiu os efeitos desse recuo econômico e, num círculo mais amplo, o próprio mercado mundial.
Para evitar uma ameaça de quebra de bolsas de valores, o Fed e os bancos centrais de outros países desenvolvidos injetaram, em agosto de 2007, 400 bilhões de dólares nas instituições financeiras. Em dezembro, Bush apresentou um pacote de medidas para enfrentar a crise, que prevê o congelamento por cinco anos das taxas de juro de financiamentos imobiliários de alto risco.
A grande discussão econômica nos EUA é saber se o país entrou ou vai entrar numa recessão. Tendo como base os indicadores recentes de emprego e de vendas no varejo, entre outros, a maioria dos bancos e dos economistas acredita que a recessão virá. Fonte: Almanaque Abril 2008

A doutrina do choque Naomi Klein